A artroplastia total do joelho (ATJ) é uma cirurgia consagrada, utilizada com sucesso há muitos anos para o tratamento do joelho com osteoartrose ou osteoartrite. Apresenta altos índices de satisfação clínica, e durabilidade superior a 90% em 15 anos. Como reflexo do aumento expressivo na quantidade de artroplastias, também aumentaram o número de revisões e de complicações, dentre as quais podemos citar a deiscência da ferida operatória, associada ou não a infecção. Os problemas de cicatrização após a artroplastia total do joelho chegam a 20% dos casos em algumas séries; porém, a deiscência da ferida com exposição total da prótese sem possibilidade de fechamento primário ou cicatrização secundária é muito rara, e poucas são as publicações que descrevem o seu tratamento.
Dentre as opções de tratamento destes casos, os retalhos miocutâneos de rotação local se destacam, pois estão anatomicamente disponíveis ao redor do joelho, apresentam menor morbidade e são tecnicamente viáveis. Em uma revisão da literatura, encontramos resultados variáveis. Algumas séries mostram bons resultados, cura da infecção com cobertura cutânea satisfatória do joelho; e outras têm maus resultados, com perda do retalho, rigidez e dor no joelho e persistência da infecção, o que pode levar a falha do tratamento.
O objetivo deste estudo foi a avaliação dos resultados obtidos com o uso de retalhos miocutâneos de rotação local em casos de deiscência da ferida operatória após artroplastia total do joelho.
Os retalhos de cobertura utilizados foram o retalho de rotação do gastrocnêmio medial e o retalho de avanço de pele lateral. Em apenas um dos casos houve perda do retalho, sendo que neste caso o paciente apresentava insuficiência vascular periférica grave; nos demais, o retalho se mostrou eficaz na cobertura e viável. O retalho de cobertura é considerado uma boa opção para os casos de perda cutânea e exposição da prótese.
Referência:
Rotation flaps for coverage after total knee arthroplasty. Acta Ortop Bras. 2013 Jul;21(4):219-22.